Ramiro O. Leite

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RAMIRO DE OLIVEIRA LEITE

Ramiro de Oliveira Leite, nasceu em Vagos, no dia 28 de Maio de 1927. Seu pai, Hernâni de Oliveira Leite, era comerciante e sua mãe Joana Martins Leite, geria a casa de pasto, propriedade do casal, que se situava onde atualmente se encontra o Palácio de Justiça, em pleno centro da Vila. Viviam com algumas dificuldades, como todo o país, reflexo da Primeira Grande Guerra, mas, talvez pelo tipo de negócio, sempre tiveram o essencial para a sobrevivência equilibrada da família. Com seu pai ausente no Brasil, para onde partira, era ele ainda uma criança de tenra idade e o qual nunca viria a conhecer pessoalmente, caberia à sua mãe a dupla responsabilidade da educação e de sustento. Concluiu a instrução primária na vila de Vagos, cujas instalações se situavam no velho edifício João Grave. A sua rebeldia contra a injustiça de ser castigado pelo seu professor com uma régua, a qual partiu, valeu-lhe a repetição da antiga quarta classe.

O Ramiro foi um dos dois filhos (e quatro enteados) da "Ti Joana do Hernâni" como era conhecida sua mãe, mulher compreensiva, equilibrada e paciente, mas a quem deu bastantes canseiras.

Desde muito pequeno, mesmo antes de ir à escola, o pequeno Ramiro foi incentivado ao estudo da música através do Sr. Berardo Pinto Camelo, seu vizinho, o mesmo acontecendo a muitos músicos da Banda Vaguense, alguns dos quais ainda em atividade. Em sua casa, Berardo Pinto Camelo, com os seus instrumentos, génio e imaginação, acolhia as crianças após o horário escolar, para lhes ensinar o solfejo. Para os melhores na aprendizagem diária, o prémio era dar uma "voltinha" na bicicleta do mestre, no quintal de sua casa, conhecida a partir dos anos 60 pela casa da Aidinha (Aida Pinto Camelo), sua filha. Essa casa situava-se onde hoje se encontra o Palácio da Justiça de Vagos. Para os que não soubessem a lição, o castigo era a elaboração de 100 cigarros medicinais para a asma de que padecia o Sr. Berardo.

Assim, durante anos, o rapaz junto com os colegas, aprendeu do mestre tudo o que podia sobre a música que o começava a apaixonar, ao mesmo tempo que começava a fazer as suas primeiras traquinices. Foi na casa do Sr. Berardo, no forno onde D. Estefânia, sua esposa, cozia periodicamente a sua fornada de boroa, que na sua ingenuidade, sorrateiramente, sem ninguém se aperceber, colocou um pão que sua mãe cozia, trazendo em troca uma saborosa boroa. A tremenda façanha só poderia ter sido feita pela mão do Ramiro, pensaram todos que, por o terem descoberto, viria mais tarde a confessar com perplexidade o dito feito.

À medida que o pequeno Ramiro ia crescendo, sua mãe, prevendo que a música não poderia ser o ganha-pão de seu filho, incentivava-o para aprender a arte de sapateiro. Contava ele que, diariamente, se deslocava caminhando até à vizinha freguesia de Sosa para aprender a arte que sua mãe lhe indicou. Num dia de temporal, para regressar a casa, teve que passar a antiga ponte de Fareja rastejando, para não ser levado pelo vento. Nada fácil, a vida naquele tempo!...

Foi no rio Boco, como todas as crianças da altura, que aprendeu a nadar. Uma vez, o Ramiro teve que vir nu desde a margem do rio até sua casa pois a mãe, para o castigar, trouxera no regaço a sua roupa.

Ainda criança, com 11 anos de idade, fez parte do grupo de Teatro Maestro Pinto Camelo, fundado pelo Sr. Berardo, no ano de 1938. Era constituído só por crianças de Vagos, pelo que era carinhosamente conhecido por Teatro de "palmo e meio". Dirigida e organizada pelo mestre Berardo, como gostava de ser tratado, rapidamente, a fama da sua companhia chegou ao Porto, sendo convidado para a inauguração do Teatro Infantil do Palácio de Cristal (hoje, Pavilhão Rosa Mota).

O anúncio editado na página 3 do Jornal de Notícias do dia 31 de Julho de 1938, dizia o seguinte:

Palácio de Cristal

Teatro do parque infantil hoje às 17 horas Inauguração com o Auto das Romarias,

representação em dois actos, 12 quadros e apoteose pela companhia infantil de Vagos.

Orquestra de crianças de 5 a 12 anos. Entrada geral 1$50

O final da atuação deste grupo era sempre com a peça "O Auto das Romarias" em homenagem a Nossa Senhora de Vagos. No dia 3 de Agosto de 1938 noticiava o mesmo jornal, na página 2, a representação do grupo vaguense.


Este texto é o início da "Biografia de um trompetista vaguense" da autoria de seu filho Ramiro Mário de Oliveira Leite, cuja versão integral poderá ler comprando o livro ou consultando o mesmo nas Bibliotecas Públicas Municipais de Vagos e de Santa Maria da Feira.

RAMIRO DE OLIVEIRA LEITE - Parte I  no You Tube              RAMIRO DE OLIVEIRA LEITE - Parte II  no You Tube

Homenagem no CER - Centro de Educação e Recreio de Vagos a RAMIRO DE OLIVEIRA LEITE, para ver em seis vídeos no You Tube

Pequeno e antigo vídeo de festas familiares com RAMIRO DE OLIVEIRA LEITE a tocar, para ver no You Tube 

Consulte a biografia de Ramiro de Oliveira Leite na WIKIPÉDIA clicando AQUI

O livro com a vida e obra deste artista vaguense está disponível para consulta na Biblioteca Pública de Santa Maria da Feira. Pode lá ir clicando AQUI

 

 

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