MANUEL SILVA, nasceu em 1930 em
Bustos, Oliveira do Bairro e reside no vizinho concelho de Vagos. É um
conhecido comerciante e técnico de rádios que por volta de 1950, os começou a
colecionar, ficando com os rádios velhos dos clientes que iam comprar um
novo. Hoje conta com mais de 1500 exemplares.
O seu sonho, é criar
um Museu do Rádio, onde possa expor todos aqueles rádios que fazem a história
da rádio, elemento fundamental na comunicação entre os povos e, até 1957, uns
dos poucos meios de comunicação em Portugal. Até então, apenas os jornais nos
traziam as notícias, mas num país muito pouco alfabetizado como então era, as
pessoas davam imensa importância à rádio.
A 7 de Março de 1957 é inaugurada a televisão em Portugal,
com a primeira emissão experimental a ser transmitida da Feira Popular de
Lisboa instalada em Palhavã, onde hoje se situa a Fundação Calouste
Gulbenkian.
Os computadores só chegam a Portugal nos anos 70 do século
XX e anos mais tarde chega a internet e a grande velocidade aliada à largura
de banda. Banda larga e grandes velocidades na internet, que possibilitam a
comunicação imediata e simultânea entre várias pessoas e locais, com qualquer
parte do mundo, só foi possível há meia dúzia de anos e continuamos a evoluir
para maior largura de banda e ainda maiores velocidades.
Ainda na década de 70, mais precisamente no
dia 24 de Abril de 1974, foi a rádio que emitiu a senha para que o Movimento
das Forças Armadas desse início à Revolução dos Cravos em Portugal.
Por isso, durante dezenas de anos, a rádio e, em menor
escala os jornais, foram os reis e senhores da comunicação. A rádio
transmitia teatro radiofónico de altíssima qualidade, radionovelas populares,
inúmeros programas de música erudita e popular, festivais da canção e as
eleições dos reis e rainhas da rádio.
Como se infere do que acima foi dito, a rádio era, depois
do trabalho, o centro da vida da maioria dos portugueses, a única distração
dessa maioria que vivia com inúmeras dificuldades. Era também a rádio, um
veículo de informação sobre os movimentos que combatiam o anterior regime.
Podíamos ouvir em onda curta a Rádio Portugal Livre e outras emissoras
estrangeiras que transmitiam as notícias do nosso país que os jornais não
podiam dar.
De tudo o que foi dito, fácil é perceber a importância da
rádio nas nossas vidas e não há rádio sem rádios.
O Manuel dos Rádios, como era conhecido,
faleceu em 13 de Maio de 2020 e, em vida, doou o seu espólio à Câmara de
Oliveira do Bairro que criou em sua homenagem um moderno e interactivo museu, em Bustos, a que deu o nome de
RADIOLÂNDIA – MUSEU DO RÁDIO.



